
Tenho ouvido muita gente se perguntando por aí: vale a pena todo o esforço para ter uma vida ao estilo tradicional (filhos, casamento, trabalho), ou a gente deve optar? Eu tenho a minha opinião muito formada sobre isso. E nem acredito que tenha de fato tanta gente por aí pensando o contrário.
Gente, pra começar, relacionamento do tipo viver juntos é a maior provação da nossa existência. É a nossa grande chance de aprender de verdade. Ser uma pessoa melhor está ligado a colocar-se no lugar do outro, tolerar, amar, doar-se, impor limites, respeitar, compartilhar, negociar, aprender a ser feliz com o que a vida nos dá e também perceber que uma história acabou. Tudo isso é estar vivo de verdade. É pra gente fazer algo de bom com esta existência. Difícil? Desafio? Yes. Assim tem mais graça.
Sobre o trabalho, acho que é ele que tem que dar sentido ao nosso dia-a-dia. Tem que nos proporcionar prazer, conquistas, desafios. Mas acima disso tem que dar aquele gostinho de que você tem alguma utilidade para o mundo e que você é bom em alguma coisa, qualquer que seja ela.
E pra concluir, só acho que viver sem ter um filho (de sangue ou não) é passar pela vida fazendo turismo. É não criar raízes, não se expandir, não se abrir para o aprendizado gigantesco, transformador e absurdamente lindo. E por isso é um egoísmo cego, surdo e mudo, pois te foca na pseudo-segurança da vidinha tranquila e controlada e acaba te tirando a possibilidade de sentir o verdadeiro amor e a verdadeira felicidade.
Pode até haver a melhor época, a melhor situação, mas sem essa de hora certa! Sempre será um grande ponto de interrrogação.
É por isso que vale a pena.
Daí eu pergunto, se tudo isso é tão importante... como viver sem um desses pedaços? Não dá, não. A gente dá um jeitinho e encaixa tudo. Porque daí, quando um dá tilt, uma zica, a gente tem os outros pra se animar!