quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sair de Casa

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Sair de casa. Sim. Afastar-se daquilo que é certo, rotineiro, conhecido, normal.

Agora que o período tradicional de afastamento da rotina se encerra e que consigo retomar o contato com o blog, penso que esse seja um assunto interessante.
Tive a oportunidade de sair de casa, literalmente, no final do ano. Não falo da tradicional fuga para as férias no litoral, mas de uma segunda fuga, para um mundo muito diferente.
Foram quatro dias na Ilha do Mel, no Paraná. Sair da super-agitada e burguesa Praia Brava, em Florianópolis e mergulhar na aventura de pegar um barco-lotação e ir parar na ilha que, pra início de conversa não tem nem transporte motorizado. Bicicleta é o máximo da agilidade por lá.
Claro que fui com a cabeça e o coração preparados para curtir esse mundo de simplicidade, natureza selvagem e entrar na vibração do local. Amei, é claro.
Mas honestamente, fiquei impressionada com o tempo que demorei para mudar minha vibração e sintonizar naquela realidade. Justo eu, que sou louca por tudo isso... confesso que sofri com a mudança drástica.
Vivi um pequeno drama pessoal. Que ridículo. Mas porque? Porque estou simplesmente viciada em adrenalina, compromisso, coisas pra fazer, agenda cheia...
Bom, depois de 2 dias entendi o que estava acontecendo, porque só então entrei no ritmo.
No andar muito, e à pé. No caminhar com as crianças pelas estradinhas de areia repletas de arvores e folhas, no tempo deles: dando dois passos bem lentos e ainda parando para vê-los analisar o bichinho, a folhinha, o vento. Ficar, e simplesmente ficar, na água da praia com as ondinhas indo e vindo até anoitecer, só curtindo o tempo passar e observando a mudança do céu, os movimenos das crianças...
Depois do segundo dia comecei a rir. Por qualquer motivo, mesmo. Comecei a achar muita graça da menor besteira, ou das muitas enrascadas que nos metemos... tudo ficou tão... LEVE. Leve ao ponto de passar 24 horas vendo chuva cair do céu, sem ter absolutamente nada para fazer e ainda assim achar muito gostoso.
E quando entramos no barco para ir embora, e perguntei para o Ricardo o que achou do passeio, perceber que ambos estávamos tristes de deixar a ilha e voltar à "civilização". Deixar a ilha e, com ela, aquela paz.
 

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